7 de julho de 2012

Um dia...



Um dia a minha mão deslizará novamente no teu rosto
Os meus lábios beijarão os teus, loucos de paixão
Um dia o meu olhar fundir-se-á no teu
Seremos estrelas perdidas num amor rendido
Seremos nuvens, seremos sol, seremos a serenidade
Do por do sol no fim de uma tarde de verão
Um dia os dias serão noite, e as noites dias iluminados
Onde a razão deixará de criar ninhos de dúvidas
Onde a dor deixou o seu rasto marcado
Onde um dia a loucura das ventos pairou infernalmente
E destruiu todos os sonhos, as esperanças, as ilusões
Um dia as constelações vergar-se-ão à beleza das searas
Amarelecidas pelo calor do sol, tocando levemente a luz do luar
Meu corpo será só teu, em tracejados suaves
Arrepios sentidos em toques partilhados
onde a alma conjuga o verbo do amor
Um dia seremos verão e inverno, na eternidade perdida
Um dia o silêncio dirá tudo…
As palavras deixarão de fazer ruído
Os toques, os olhares, os sorrisos eliminarão as sílabas
Suadas em gemidos lânguidos, estremecidas pela paixão
E tudo fará sentido, escrito em pedaços de seda
Um dia a minha mão desenhará as palavras que hoje calo…
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