17 de novembro de 2011

Mentiras (ir)reais!

Circulo…
Neste bailado entre o sagrado e o profano
Caminhando lado a lado em cima de um muro
Estreito, esguio, frágil… arame farpado do destino
Enrolado nas nossas mentes, rendilhado de espinhos
Vontades puras, incandescentes, cadentes…
No torpor dos desejos e anseios (ir)reais
Sinto-me desmaiada, nesta dormência cansativa
Das vozes, no meio da tua, delicada, sensível
Arrisco um estender de mão, onde os intervalos dos teus dedos
Se entrelaçam nos espaços dos meus!
Ofereço-te os lábios, portas rosadas do pecado
Segura na (in)certeza de cair na tentação
Pára, avança, pára, avança… nesta constante corrida contra o tempo
Inventado e engolido nos segundos em que os meus olhos
Se perderam nos contornos da neblina dos teus.
Divino fascínio da alma, resoluta escritura lida em voz alta
E espalhada numa pauta escrita pelo vento
Senhor das horas perdidas, aquelas que fiquei a olhar o horizonte…
Deambulo…
Nos abraços sonhados e nunca dados!
Nos beijos desejados e nunca provados!
Esquecidas mentiras dissolvidas no futuro quebrado!
Oh lua branca! Redonda, que iluminas a alma dos poetas
Que nos silêncios da noite vagueiam na folhagem do mato!
Inspiração divina, que me banha o coração de luz!
Ajoelhe-se a luxúria entre os corpos amados
Perdida em suores e lânguidos orgasmos, no salgado ardor da paixão!
Essa, que se perdeu entre as tuas palavras soletradas ao ouvido
Cantadas em notas altivas, em forma de gemidos da alma…
Nos desejos, nas vontades, nas contradições que minam o pensamento
E o sangue percorre-me as veias em reboliço
Assalta-me o coração de dúvidas, e espasmos (in)constantes
Numa timidez ruborizada, que roça essa certeza de te querer!

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