Grito! Aos quatro ventos…
Por essa existência sem retorno
(do pássaro alado, caído dos céus)
Um caminho perseguido até às entranhas
As tuas, contidas nas minhas mãos
Desenhadas pelo destino, cruzado nas laços da vida
Rasgo! O pano que me veste a alma
E prende o caudal do rio
(que me brota dos olhos)
Sem flor, coberto de espinhos
Desse aroma que me hipnotisa, me arrasta
E sem forças, me dou a ti...
Inspiração divina! Devaneio de loucura!
A minha, misturada na tua
Em acordes musicais, provindos do inferno
Ou quiçá das terras dos Deuses
Olimpo (im)puro, de celestiais desejos
Por viver... na saudade que me assola
Essa, que me traz nas mãos, em pegadas ligeiras
Por areias movediças, de um deserto sem fim…
Quebro o silêncio! Demorado como as horas…
De cristal, que te envolve nas sombras
Do passado, que se verga à incerteza do futuro
Aquele, que ainda está no embrião dos tempos
Onde tu te rendes a mim…
Onde as palavras, soltas ao vento…
(te amarram a mim, com invisíveis fitas de cetim)
No grito que te levou a ti, o coração ancorado no peito
Nesse buraco cativo que tu ocupas!