30 de junho de 2011

Dá-me apenas a mão!

Silenciosa e lentamente...
Deixa que o vento sopre... provindo das profundezas do ser
onde as searas me cheiram ao sabor dos teus beijos
de uma memória esquecida, inventada…
Toca-me levemente…como o desabrochar de um botão de rosa!
Pousa apenas a tua mão na minha, fecha os olhos...
e deixa-me conduzir-te pelos silêncios do nosso olhar!
Segura-me pela cintura... numa conquista silenciosa
onde sinto o toque de um abraço… leve, solto, apertado…
justo entre o espaço que cabe dentro das minhas mãos!
Desliza comigo nas sombras da fantasia… onde habitam
apenas os gemidos e os suspiros de uma alma sem fôlego!
Deixa que os corpos cantem... a música do nosso amar!
Num tom baixinho… sussurrando… flores, borboletas, beijos
em palavras não faladas, despe delicadamente
o manto estrelado do coração, e mostra-me as cores,
os sabores e os odores com que o visto!
Teu rosto colado ao meu... à fina distância de um roçar de lábios,
teus braços envolvendo minhas curvas, num entrelaçar intenso
de pernas ... onde se rodopia ao sabor do vento….
onde os sons dos pássaros assobiam no tom da tua voz!
Onde fico presa como uma bola de sabão
entre os lábios dos teus sonhos… na planície da tua alma,
percorro veredas verdejantes com a ponta dos meus dedos
entre vales e montes de uma terra ainda por descobrir…
Dança comigo!… Cada passo, riscado, traçado incerto
que o teu olhar meigo desenha nas minhas curvas
nos segundos sorvidos pelo tempo, onde fecho os olhos
e me abandono a ti… sente… sinto… sente-me…

24 de junho de 2011

Minhas mãos vazias...

Carrego nas mãos vazias…
O fel dos segredos ocultos da noite da (des)esperança
Acalentando a suave linha da maldição
Teu olhar incerto… me incita a continuar a busca
No breu da noite, os suspiros da melancolia
Despertam o coração adormecido, sufocado pelo veneno
Dos limites da vida, no desespero de um grito
Dos vícios ociosos empedernidos nas curvas da existência
Tua boca cala os sussurros que outrora gritava ao vento
E deambula pelas ruas da tristeza como um moribundo
Farejando a carne fresco… profanando a alma celestial
Essa… que vagueia pelo longínquo espaço da memória
Onde as palavras não têm mais retorno
Nem têm mais eco na luxúria sentida pelos amantes
E meus olhos choram… lágrimas de dor
São as vozes do desespero, da angústia perdida
No tempo em que a morte passeava sem capuz
Como um anónimo sem rosto, e sem nome
O triunfo do vazio alado, cavalgando pelas sombras
Pelos caminhos tortuosos da obscuridade (ir)real
Pelos sepulcros da noite…
Um lunático invade os lamúrios do desejo insano de te possuir
Numa figura lasciva de se libertar, e no final…
Permanecem os restos dos que já foram sem deixar rasto
Dos que ainda tinham algo para dar ao mundo
E ficam as marcas dos que tudo deram, deixando o vazio…
Que carrego nas mãos vazias…

21 de junho de 2011

No balanço das horas...

De mãos dadas contigo (comigo)
Asas do meu pesar, sentir do meu desgosto
Poesia dos meus dedos, que nasce da nascente dos meus olhos
Corre comigo, de olhos vendados, no meio da escuridão
Sem pensar, sem questionar…
Entrega-te às mãos que te aquecem, que te resguardam do frio
Renascendo neste corpo cansado das quedas inevitáveis do tempo
Das nuvens que se fecham dia após dia
Que balaçam no inverno da tua caminhada
Esvai-se o tempo por entre os dedos, como areia viva
Nesta água com que te baptizo novamente
Solta-te das correntes amargas das sombras
E extingue a dor, o sofrimento, o vazio...
Dessas mãos que para ti se estendem
Deixa que a vida te lamba as feridas
Feche as cicatrizes, encerre os sonhos irreias
E te acalme o fervilhar do pensamento
Faz correr o sangue que te aquece a alma
Das cinzas do que fui e já não sou
Corre por entre espinhos da memória
Arvoredos rochosos da existência que te ferem
E trespassa de vez essas paredes apertadas da alma
Da clausura das (des)ilusões…
Sente-me apenas… no bater descompassado do coração
E caminha apenas a meu lado
No leve toque da translúcida mortalidade

17 de junho de 2011

Desejo!

Uma noite estrelada
Uma lua redonda
Um silêncio parado no escuro
Um corpo torneado pelos deuses move-se
Nas sombras, lenta e languidamente
Ao som da musica de um olhar penetrante…
Onde os acordes sonoros apenas são audíveis
Num enlace perfeito pelas almas em uníssono
Uma mão que serpenteia cada curva macia
Um arrepio desce espinha abaixo
A roupa largada no chão
Bem devagar… demoradamente...
Um suspiro solto no ar
Um movimento mais de sedução
Numa dança, ao mesmo tempo, delicada e atrevida
Onde a pele se encosta suavemente e se afasta de seguida
Um convite a um beijo
Entre lábios molhados e húmidos
Onde o desejo se masturba em encantos de ternura
No ondular de sensações que invadem a mente
Descontrolada, em excitação
Um despir devagarinho em mimos e carícias
Um subir de temperatura
Um acelerar do coração
Uma boca sedenta
Um cruzar de pernas, num encaixe de coxas
De querer mais, desejar mais…
Um gemido no escuro, um eco pelo universo
Uma respiração ofegante
Onde uma boca cala os gritos da outra
No êxtase final!...

12 de junho de 2011

Um silêncio parado no tempo...

No meio do nada, sento-me no escuro…
O sol já fechou os olhos, e se foi…
Esvaindo-se em minutos prolongados, pelo esquecer das horas
Ao longe o uivo do lobo ecoa no horizonte
Acorda a noite lentamente…
Um manto estrelado vai cobrindo de negro a noite
sob a luz de uma lua brilhante bem lá no alto
Sinto nas minhas mãos o gosto da terra que me pertence
e o leve abraço dos sons que me circundam
Um olhar se eleva aos céus, num pedido aos deuses e aos anjos
um leve  piscar de olhos, uma lágrima se solta…
silenciosa pelos restos mortais... das folhas secas que voam ao vento
E o silêncio invade… a floresta adormecida que me rodeia
e no sussurrar do vento apenas os grilos cantam
na profundidade da noite...
E a terra, senhora de mim, murmura uma canção de embalar
em acordes delicados e cintilantes espalhados pelo luar
Fecho os olhos… Solto o espírito livre ao vento!
Que voa em liberdade…
Rodopiando em piruetas que ora sobe uma escalada
rasante ao meu corpo inerte, ora desce à imensidão do universo!
Trilhando em passos perfeitos, um voo ondulante…
pelas copas das árvores, sentindo o doce perfume
do respirar do bosque e da brisa nocturna que me beija o rosto
E danço, embalo, evado-me (e)ternamente…
de asas abertas no sonho, no éter dos meus sentidos
no sorriso aberto da noite, na terra de encantar!

10 de junho de 2011

Republicando!

 
 À flor da pele!


“És tu… eu sei!”

De olhos vendados
Viajo no escuro
Na penumbra das sensações
Nas palavras por dizer
Nos intervalos do silêncio
Nas fantasias geradas
No conhecimento das almas
Nas apalpadelas geradas
Pelas sensações à flor da pele
Cega…
Sem rostos ver
Sentindo com as mãos
Ouvindo os sons do silêncio
Dançando com o corpo
Eclodindo num transe sem químicos
Numa liberdade sem limites
Deixo-me ir!…

Esta imagem foi retirada daqui com a devida autorização da dona


De coração endurecido
me encontrava olhando o horizonte
as marcas do passado…
escondida, brincava com palavras, frases
desejos e sonhos…
entre vidas cruzadas no espelho da imaginação
num anseio de um dia te encontrar!
Fecho os olhos por instantes…
e em lapsos de tempo
sinto os suspiros da tua voz
quente e doce
num discurso de sedução arrepiante!
Nas incertezas do futuro
sonho unir a tua alma à minha
e transformar o presente
numa tentação irresistível de prazer
e deixar o vento soprar… baixinho…
em tom de segredo a mais bela canção,
tocada pela areia fina da fantasia
de estar em teus braços
sentir o calor do teu corpo
num sussurro de paixão
simplesmente dar-te a mão!


Hoje deixo aqui dois poemas que já foram feitos há algum tempo e oferecidos a duas pessoas muito especiais para mim, mas devido a estarem num espaço fechado por mim, volto a publica-los de novo aqui para todos, valorizando as devidas fontes de inspiração (link está no título de cada poema), com as fotos também das postagens originais

7 de junho de 2011

Tudo são rosas...

Enroscada na corda retorcida do destino
estendo silêncios na palma das mãos
Abraço-te (me) e rendo-me de joelhos aos teus pés
São flores que carrego na alma!
Onde um rio corre sereno e calmo, em busca de mim
danço ao sabor do prazer do sonho,
tacteado nas rosas do vazio e da solidão
Abraça o olhar que te persegue! Dá-lhe a mão!
Segura forte! Sem medo!...
Segue um novo trilho rumo à eternidade, e bebe
o sangue da vida de uma só golfada, como um derradeiro grito
rasgado no ar!
Saboreia cada trago lentamente, demoradamente…
como uma fruta colhida no pomar mais fértil, e afasta em delírio
essa mão que te (me) esmaga, em silêncios…
profundos de sons por inventar nessa pauta encadeada de espinhos
Solta a corrente! Que te prende a alma ao chão, e levita
na mais bela e doce melodia, em tons de cor de céu
Corre!... Salta!... Pula!...
E não mais pares…
a não ser no mais profundo do meu coração!
Espeta a dor mais funda com a espada da salvação
e desfaz sem piedade as sombras que te (me) inquietam
Renasce na fénix pintada pelo beijo meu
dado na boca mais doce de um olhar demorado
que te trespassa a alma, sem medo, sem pudor…
Diluindo todos os segredos narrados pelo destino
numa espiral de emoções
soltando a inocência que habita nas profundezas do ser!

4 de junho de 2011

Flashback!

 Pausadamente... passeando os dedos pela memória
Como quem saboreia uma fruta suculenta
Onde os minutos, as horas e os dias permanecem imortais
Onde a alegria é estática e eternizada, e aflora num sorriso
Onde os dedos se entraçam nas imagens da alma
Com as linhas do destino já percorrido…
Vagarosamente…
Lentamente…
Num flashback em câmara lenta…
Perdendo-se no rabiscado das sombras
Dos momentos vividos, sonhados, sentidos…
Como um bálsamo perdido no tempo, num reviver de emoções
Que o passado já trancou no espaço dos sonhos
E numa dança irreal o espírito se eleva noutra dimensão
E volta a ser, a sentir… cada gosto, cada desejo, cada sensação
Experimentados pela primeira vez, como um renascer continuo…
Que cresce e se agiganta…
Em cada estremecer, em cada olhar trocado,
Em cada toque sentido… numa sintonia precisa, perfeita
Num encaixe milímetro a milímetro em cada curva que se encontra
Onde o olhar toca na alma num simples gesto
Cruzando-se perfumes idílicos, misturando-se em cores e sabores
Num gemido profundo…
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