Há dias cheios de coisas!...
Há dias cheios de sentimentos, sensações, ideias, opiniões, palavras que me vagueiam na mente… vagarosamente como uma névoa que se instala devagarinho. Há dias vazios de tudo, e cheios de nada, cheios de sabores e odores, cores e afins. Há dias que as palavras me sobram nas mãos, e não tenho onde as colocar. Há dias. Há dias que não são como os outros, com luz e escuridão. Há dias cheios de razões, cheios de casos, cheios e vazios. Há dias que as palavras mascaram a realidade, omitem mentiras, enchem-se de medos e me fogem pela boca. Há dias. Há dias do tudo e do nada. Há dias cheios de pressa, mas afinal custam a passar. Há dias sem coragem e dias de força. Há dias que as palavras me dão um descanso, têm medo de me olhar nos olhos, outros há em que pausadamente me bailam no corpo como um desejo carnal de me devorarem. Há dias em que as letras não se encaixam em lado nenhum, deixam-se ficar amorfas e sem sentido juntinhas à alma. Há dias. Há dias que elas, as palavras, se revoltam e me explodem por todos os poros, de todas as formas e feitios. Há dias em que me enrolam, e me ferem como espinhos, colam-se ao céu da boca de forma pegajosa.
Há dias assim…